quinta-feira, 14 de maio de 2015

Caprichos da razão


Nesta manhã, enquanto eu me ajeitava no lugar de oração encontrei barreiras ao meu desejo de orar. O pior é que isto acontece comigo, com relativa frequência. Estou convencido de que todo e qualquer cristão, que tem por costume orar, já deve ter enfrentado vez e outra este tipo e luta. Existem ocasiões, em que o lugar de oração se transforma em um verdadeiro campo de batalha; e nele, um dos mais acirrados combates é aquele causado pelos conflitos da razão. Posso dizer, por experiência, que não é pequena a luta travada contra os argumentos impostos pela mente racional. Especialmente quando nosso raciocínio é "atropelado" por preocupações, conceitos e temores que interferem em nosso modo de pensar, ameaçando a nossa paz e o nosso equilíbrio psíquico.
 
Porém, descobri que os caprichos da razão desprovida da paz de Deus, não é o maior "inimigo" da oração (embora esteja entre eles). Eu percebi, mediante o que se passa comigo, que o lado emocional do crente é sua maior barreira contra um bom tempo de oração calma e bem-sucedida. Como travar e silenciar a voz da emoção? Esta é uma pergunta que qualquer homem ou mulher de Deus, as vezes, faz a si mesmo (ainda que não se dê conta disso). A voz da natureza emotiva, ora lamenta, ora chantageia, ora esbraveja... Enfim, seus queixumes disputam espaço com a voz do espírito humano tentando orar a Deus. Jesus lidou com este conflito, no Jardim das Oliveiras; e por causa disso, precisou retornar por três vezes ao lugar de oração. Daí, a nossa necessidade de insistir no clamor.
 
A narrativa bíblica é marcada por momentos dramáticos, como este:
 
"Então lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até a morte; ficai aqui, e velai comigo. E, indo um pouco mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres. E, voltando para os seus discípulos, achou-os adormecidos; e disse a Pedro: Então nem uma hora pudeste velar comigo? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca. E, indo segunda vez, orou, dizendo: Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade. E, voltando, achou-os outra vez adormecidos; porque os seus olhos estavam pesados. E, deixando-os de novo, foi orar pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras. Então chegou junto dos seus discípulos, e disse-lhes: Dormi agora, e repousai; eis que é chegada a hora, e o Filho do homem será entregue nas mãos dos pecadores."
(Mateus 26:38-45)
 
Todavia... Quanta cura, libertação e salvação resultou deste momento!
 
Cordialmente;
Bispo Calegari

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