quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Alianças que tenho


Hoje de manhã, buscando a face do meu Senhor; procurei expor diante do Pai, preocupações e medos que são comuns a todos os humanos; mesmo os mais próximos de Deus. Orei por minha querida família; pois sempre vi a família como parte integrante da vida de alguém, sendo extensão de sua própria vida. Orei também pelo meu trabalho; pois, sou convencido de que ele também é parte integrante da minha razão de ser (sempre ouvi dizer que o trabalho enobrece o homem... Mas, para ser sincero, devido ao meu modo de ver esta relação, vou além desta definição). E, busquei de Deus direção para uma questão que sempre me incomoda - o perdão que se deve dar a quem nos trai - não ao ponto de me tirar o sono ou de me angustiar; mas, me causa desconforto.
 
Tenho sentido em meu íntimo, que é bem mais fácil amar os inimigos do que perdoar os amigos. E isso, porque um inimigo nunca nos trai; ele simplesmente nos odeia e despreza. Já um amigo pode trair nossa confiança e nos magoar profundamente. E a traição se dá quando uma aliança é quebrada. Por exemplo: Um amante não se incomoda em dividir a cama com o cônjuge de sua amante. E isso, porque eles não têm uma aliança; e sim, uma cumplicidade pontual, baseada em prazer proibido por Deus. Já o cônjuge tem uma aliança sagrada que exige exclusividade; e, quando esta aliança é profanada e a traição se materializa; é como se o mundo desabasse sobre a cabeça do traído (na verdade, o mundo desaba muito mais sobre a cabeça do traidor, do que sobre o traído).
 
Então, me voltei para as alianças que tenho: Aliança com o Senhor Jesus; aliança com minha esposa e com meus filhos; aliança com os meus companheiros de liderança; aliança com os meus liderados; enfim... Aliança com os meus amigos. Aprendi que uma aliança nos impõe franqueza e transparência com os nossos amigos. Aprendi também que uma aliança não nos obriga a abrir mão de princípios - éticos, morais ou espirituais - para favorecer um amigo em falta; e, que ela nos obriga a dizer-lhe a verdade, mesmo dolorosa, sempre que isso for necessário. Pude, então, perceber que nunca é fácil ser amigo ou ter amigos; pois, a amizade admite divergência. Ela só não admite traição. Assim, Pai, peço que me ajuda a perdoar os amigos, quando por eles me sentir traído.

Sempre sou edificado e enriquecido quando volto minha atenção e pensamento para as Escrituras. Na Palavra de Deus eu encontro a fonte inigualável de alegria e de conhecimento. Como este texto me faz bem: "Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer. Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda." João 15.15-16). Pois nele aprendo que - mesmo sendo eu o menor e mais frágil dos servos - Jesus me tem como amigo! Que Deus me ajude a honrar eternamente esta gloriosa amizade!
 
Cordialmente;
Bispo Calegari

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